Um olhar diferente e delicado sobre as mulheres indígenas no período colonial: um ensaio para um ensino abrangente

Resumo

O ensaio que se segue visa analisar os diferentes cotidianos das mulheres indígenas durante o período colonial e como eles foram narrados pela história de forma errada. A partir de uma síntese de diferentes autores como Michelle Perrot, Mary del Priore, Joan Scott, o conceito de dominação masculina e violência simbólica de Pierre Bourdieu e o de escovar o ensino a contrapelo de Walter Benjamin, busca-se problematizar como o ensino da história indígena nas salas de aula pode acabar silenciando, sexualizando e objetificando as mulheres, contribuindo para uma narrativa que dá voz apenas a visão eurocêntrica formada delas, além de excluir diversas de suas ações que foram importantes para o desenvolvimento da sociedade colonial. Com isso, tem-se como objetivo principal quebrar a percepção de que essas mulheres foram apenas figuras passivas na história, exemplificando e nomeando-as, como Damiana da Cunha, por exemplo, e iniciando uma discussão sobre como dar voz para as indígenas em sala de aula através de metodologias alternativas, modificando a narrativa que as sexualiza, diminui e contribui para uma história dos vencedores, fazendo assim com elas se tornem cada vez mais presentes no ensino e ganhem o papel que sempre foi seu, o de importantes figuras históricas presentes na sociedade colonial.