As contribuições da teoria do currículo para a reflexão curricular do ensino de história
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.10144185Palavras-chave:
Currículo, BNCC, HistóriaResumo
O presente trabalho propõe um panorama geral e análise sobre a trajetória do currículo de História no Brasil, desde seus primórdios até a contemporaneidade, com foco na influência da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A disciplina de História desempenha um papel crucial na legitimação de discursos, na formação de identidades e na configuração de mentalidades, se configurando como um foco nas disputas de poder na construção de um parâmetro curricular. A análise comparativa entre os momentos iniciais de um (“proto”) currículo brasileiro de História e sua configuração atual, guiada pelos princípios da BNCC, utiliza conceitos da teoria do currículo, destacando correntes tradicionais, críticas e pós-críticas, enfatizando a importância do discurso, do poder e da identidade na formulação curricular. Primeiramente será feito uma reflexão sobre os embates iniciais presentes nas primeiras tentativas de configuração curricular no Brasil, com foco nas disputas entre abordagens como a História Sagrada e a História laica, evidenciando o papel do discurso dominante na instrumentalização do ensino de História. Em seguida se estabelecerá uma discussão sobre o estado atual do currículo de História, tendo como objeto de análise o processo de formulação e consolidação da BNCC concentrando-se nas mudanças e desafios contemporâneos, explorando a influência persistente do positivismo mnemônico no ensino de História e examinando as diferentes versões do documento até chegar em sua versão final. Destaca-se a importância das disputas políticas na configuração curricular, especialmente no contexto da BNCC, cujas versões passam por transformações significativas e contrastantes, evidenciando as complexidades na escolha de conteúdos históricos. Este estudo contribui para uma compreensão crítica da trajetória do currículo de História no Brasil, enfatizando a necessidade de considerar as influências do discurso, do poder e da identidade na formulação curricular, proporcionando questionamento e problematizações sobre o que está em jogo quando se formula um currículo, apresentando os desafios e oportunidades no cenário atual do ensino de História no país.
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