Direito Fraterno e a promoção da saúde da mulher negra: uma análise jurídica e social

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10701197

Palavras-chave:

Saúde, Direito Fraterno, Mulher Negra

Resumo

Este artigo analisa a utilização do conceito de "Direito Fraterno" no âmbito do direito à saúde no Brasil. Diante da crescente judicialização da saúde e da necessidade de combater o racismo e a discriminação, o Direito Fraterno oferece uma perspectiva inovadora que busca promover valores humanos fundamentais e justiça social. O sistema jurídico brasileiro enfrenta desafios complexos relacionados ao direito à saúde e sua judicialização. A demanda por tratamentos médicos tem sobrecarregado o sistema judicial. O Direito Fraterno emerge como uma abordagem que considera a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, indo além da aplicação estrita da lei. O artigo visa analisar a aplicação do Direito Fraterno na legislação brasileira relacionada ao direito à saúde. Ele busca identificar como essa abordagem pode oferecer uma perspectiva alternativa para lidar com a judicialização da saúde, alinhando decisões judiciais às políticas públicas de saúde. Quanto à metodologia foi realizado um estudo bibliográfico, tendo como método de abordagem o hipotético-dedutivo, envolvendo uma análise crítica da legislação brasileira e jurisprudência sobre o direito à saúde, bem como uma revisão da literatura sobre o Direito Fraterno. Casos de judicialização da saúde são examinados como estudos de caso para destacar as implicações práticas do Direito Fraterno. O estudo revela que o Direito Fraterno enfatiza valores como igualdade, solidariedade e justiça social, oferecendo uma perspectiva mais ampla para abordar o direito à saúde. Isso pode resultar em decisões judiciais mais alinhadas com as políticas de saúde e contribuir para combater o racismo e a discriminação no sistema de saúde. O Direito Fraterno manifesta-se como uma abordagem inovadora para a garantia do direito à saúde no Brasil, promovendo valores humanos fundamentais. Sua implementação requer reflexão sobre a integração desses princípios na legislação e nas decisões judiciais, visando uma abordagem mais eficaz e humanizada para o direito à saúde no país.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ari Schuller, Universidade Fernando Pessoa

Mestre em Criminologia pela Universidade Fernando Pessoa - Portugal (2021 - revalidado em Direito). Especialista em Direito Penal e Direito Processual Penal pelo Verbo Jurídico (2012). Graduação em Direito pela Universidade Católica de Pelotas (2008). Servidor do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Auxiliar de Juiz de Direito). Ex-servidor da Marinha do Brasil e da Brigada Militar. Professor de Direito e Criminologia. Experiência na área de Direito, com ênfase em Sociologia Jurídica, Filosofia do Direito, Direito Penal Econômico e Execuções Criminais. Pesquisador nas áreas de Direito Fraterno, Sociologia do Constitucionalismo, Direito Antidiscriminatório, Relações Raciais e Ações Afirmativas. Membro do Coletivo da Igualdade Racial do Sindjus/RS.

Referências

BATISTA, Luis Eduardo; BARROS, Sônia. Enfrentando o racismo nos serviços de saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 33, p. e00090516, 2017.

BRASIL. Constituição Da República Federativa Do Brasil De 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cBATISTA, Luis Eduardo; BARROS, Sônia. Enfrentando o racismo nos serviços de saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 33, p. e00090516, 2017.

BRASIL. Constituição Da República Federativa Do Brasil De 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 13 jan. 2024.

GIMENEZ, Charlise Paula Colet; DUTRA, Gabrielle Scola. Gênero, violência e periferia: a ressignificação da constituição do sujeito mulher negra no Brasil como expressão da metateoria do direito fraterno em um mundo de cidadãs. Revista Jurídica Cesumar - Mestrado, v. 21, n. 2, p. 327-343, maio/agosto 2021 - e-ISSN 2176-9184

HORITA, Fernando Henrique da Silva; KEMP, João Paulo. O direito fraterno como pressuposto para efetivação da saúde. Disponível em: <https://www.linhasjuridicas.com.br/index.php/linhasjuridicas/article/view/151> Acesso em: 12 jan. 2024.

MACHADO, Clara; MARTINI, Sandra Regina. Desjudicialização da saúde, diálogos interinstitucionais e participação social: em busca de alternativas para o sistema. Rei - revista estudos institucionais, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 774–796, 2018. DOI: 10.21783/rei.v4i2.190. Disponível em: <https://estudosinstitucionais.emnuvens.com.br/REI/article/view/190>. Acesso em: 13 jan. 2024.

MARTINI, Sandra Regina; CHAVES, André Santos. Necessidade de confiança na jurisdição constitucional para efetivação do direito à saúde. Interações, Campo Grande–MS, v. 19, n. 1, p. 77-91, jan./mar. 2018

MARTINI, Sandra Regina; STURZA, Janaína Machado. A dignidade humana enquanto princípio de proteção e garantia dos direitos fundamentais sociais: direito à saúde. Revista Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário. 2017 jan./mar, 6(2):25-41.

OLIVEIRA, Beatriz Muccini Costa; KUBIAK, Fabiana. Racismo institucional e a saúde da mulher negra: uma análise da produção científica brasileira. Saúde em Debate. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-1104201912222> Acesso em 12 Jan. 2024.

ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/91601-declara%C3%A7%C3%A3o-universal-dos-direitos-humanos> Acesso em: 13 jan. 2024.

PRESTES, Clélia. R. S.; PAIVA, Vera. S. F. Abordagem psicossocial e saúde de mulheres negras: vulnerabilidades, direitos e resiliência. Saúde e Sociedade, v. 25, n. 3, p. 673–688, jul. 2016.

RESTA, Eligio. O direito fraterno [recurso eletrônico] / Eligio Resta. – 2. ed. – Santa Cruz do Sul: Essere nel Mondo, 2020.

STURZA, Janaína Machado; MARTINI, Sandra Regina. As dimensões da sociedade através da metateoria do direito fraterno: um espaço para a análise do direito à saúde. Revista de Sociologia, Antropologia e Cultura Jurídica |e-ISSN: 2526 -0251|Curitiba|v. 2|n. 2|p.990-1008|Jul/Dez. 2016

VIAL, Sandra Regina Martini. Direito fraterno na sociedade cosmopolita. Disponível em: <http://bdjur.stj.jus.br/dspace/handle/2011/18207>. Acesso em: 13 jan. 2024.

VIAL, Sandra Regina Martini. Saúde: Um Direito Fundado na Fraternidade. p. 65-86. In: Saúde e direitos humanos / Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz, Núcleo de Estudos em Direitos Humanos e Saúde Helena Besserman. – Ano 5, n.5 (2008)-. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.

WERNECK, Jurema. Racismo institucional e saúde da população negra. Saúde e Sociedade, v. 25, n. 3, p. 535–549, jul. 2016.civil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 13 jan. 2024.

GIMENEZ, Charlise Paula Colet; DUTRA, Gabrielle Scola. Gênero, violência e periferia: a ressignificação da constituição do sujeito mulher negra no Brasil como expressão da metateoria do direito fraterno em um mundo de cidadãs. Revista Jurídica Cesumar - Mestrado, v. 21, n. 2, p. 327-343, maio/agosto 2021 - e-ISSN 2176-9184

HORITA, Fernando Henrique da Silva; KEMP, João Paulo. O direito fraterno como pressuposto para efetivação da saúde. Disponível em: <https://www.linhasjuridicas.com.br/index.php/linhasjuridicas/article/view/151> Acesso em: 12 jan. 2024.

MACHADO, Clara; MARTINI, Sandra Regina. Desjudicialização da saúde, diálogos interinstitucionais e participação social: em busca de alternativas para o sistema. Rei - revista estudos institucionais, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 774–796, 2018. DOI: 10.21783/rei.v4i2.190. Disponível em: <https://estudosinstitucionais.emnuvens.com.br/REI/article/view/190>. Acesso em: 13 jan. 2024.

MARTINI, Sandra Regina; CHAVES, André Santos. Necessidade de confiança na jurisdição constitucional para efetivação do direito à saúde. Interações, Campo Grande–MS, v. 19, n. 1, p. 77-91, jan./mar. 2018

MARTINI, Sandra Regina; STURZA, Janaína Machado. A dignidade humana enquanto princípio de proteção e garantia dos direitos fundamentais sociais: direito à saúde. Revista Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário. 2017 jan./mar, 6(2):25-41.

OLIVEIRA, Beatriz Muccini Costa; KUBIAK, Fabiana. Racismo institucional e a saúde da mulher negra: uma análise da produção científica brasileira. Saúde em Debate. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-1104201912222> Acesso em 12 Jan. 2024.

ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/91601-declara%C3%A7%C3%A3o-universal-dos-direitos-humanos> Acesso em: 13 jan. 2024.

PRESTES, Clélia. R. S.; PAIVA, Vera. S. F. Abordagem psicossocial e saúde de mulheres negras: vulnerabilidades, direitos e resiliência. Saúde e Sociedade, v. 25, n. 3, p. 673–688, jul. 2016.

RESTA, Eligio. O direito fraterno [recurso eletrônico] / Eligio Resta. – 2. ed. – Santa Cruz do Sul: Essere nel Mondo, 2020.

STURZA, Janaína Machado; MARTINI, Sandra Regina. As dimensões da sociedade através da metateoria do direito fraterno: um espaço para a análise do direito à saúde. Revista de Sociologia, Antropologia e Cultura Jurídica |e-ISSN: 2526 -0251|Curitiba|v. 2|n. 2|p.990-1008|Jul/Dez. 2016

VIAL, Sandra Regina Martini. Direito fraterno na sociedade cosmopolita. Disponível em: <http://bdjur.stj.jus.br/dspace/handle/2011/18207>. Acesso em: 13 jan. 2024.

VIAL, Sandra Regina Martini. Saúde: Um Direito Fundado na Fraternidade. p. 65-86. In: Saúde e direitos humanos / Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz, Núcleo de Estudos em Direitos Humanos e Saúde Helena Besserman. – Ano 5, n.5 (2008)-. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.

WERNECK, Jurema. Racismo institucional e saúde da população negra. Saúde e Sociedade, v. 25, n. 3, p. 535–549, jul. 2016.

Publicado

24.02.2024

Como Citar

Schuller, A., & Pereira, M. da S. (2024). Direito Fraterno e a promoção da saúde da mulher negra: uma análise jurídica e social. ETS HUMANITAS - Revista De Ciências Humanas, 2(2), 104–121. https://doi.org/10.5281/zenodo.10701197

Edição

Seção

Artigos de Fluxo Contínuo