ETS HUMANITAS - Revista de Ciências Humanas

Contabilidade das empresas de pequeno porte

2024-09-23T15:05:35+00:00

A implementação eficaz de práticas contábeis em micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) enfrenta diversas barreiras significativas, que incluem a falta de capacitação técnica, limitações financeiras, complexidade das normas contábeis e resistência à mudança. A falta de conhecimento técnico frequentemente impede que gestores e funcionários utilizem corretamente as práticas contábeis, enquanto a limitação de recursos financeiros dificulta o investimento em sistemas e treinamento adequados. Além disso, a complexidade das normas contábeis pode levar a erros e dificuldades de conformidade, e a resistência à mudança pode comprometer a adoção de novas práticas e tecnologias. Para superar esses desafios, é fundamental investir em capacitação contínua dos profissionais, o que pode melhorar a competência e eficiência na aplicação das práticas contábeis. A adoção de tecnologias modernas também é essencial, pois a automação de processos contábeis pode reduzir erros e melhorar a precisão das informações financeiras. Simplificar as normas contábeis pode tornar a contabilidade mais acessível para as MPMEs, facilitando a conformidade e a gestão financeira. Além disso, a gestão eficaz da mudança é crucial para reduzir a resistência e promover a aceitação de novas práticas. Comunicação clara sobre os benefícios das mudanças e o envolvimento dos funcionários no processo de implementação são estratégias que ajudam a facilitar a transição. Em conclusão, ao identificar e abordar as barreiras enfrentadas pelas MPMEs na implementação de práticas contábeis, e ao adotar soluções práticas como capacitação, tecnologia, simplificação das normas e gestão da mudança, é possível melhorar significativamente a eficácia da gestão contábil e contribuir para o sucesso e crescimento sustentável das empresas.

Transgressão, comunicação e sacrifício: um ensaio sobre Fonseca, Sade e Bataille

2024-06-21T05:08:23+00:00

Este ensaio examina as obras de Fonseca, Sade e Bataille, explorando como seus escritos podem ser vistos por diferentes perspectivas. A influência de Nietzsche na teoria de Bataille sobre as origens dos juízos de valor e a necessidade do mal na comunicação autêntica é notável. Nietzsche propôs que a moralidade é uma invenção para garantir a sobrevivência e que os conceitos de bem e mal são construções humanas condicionadas pelas contingências do mundo. O estudo analisa como as obras sadeanas desafiam normas morais e religiosas, apresentando personagens cativantes que buscam prazer através do crime e da transgressão. Nas narrativas, é evidente a mecânica libertina que representa o desejo humano por uma comunicação autêntica e sem restrições. O ensaio debate a relação entre a ação humana, o erotismo e o sacrifício, a partir das reflexões de Bataille. Este afirma que a comunicação entre os seres humanos depende do sacrifício, pois é a colocação do ser em jogo no limite da morte. Examinando exemplos de sacrifício nas obras analisadas, como o assassinato de Pedro e Daniel no conto “74 Degraus” de Fonseca, o texto enfatiza como esses atos violentos são motivados pelo desejo de comunicação e pela busca por êxtase. Por fim, o ensaio conclui que a busca pela comunicação autêntica e pelo êxtase pode levar os seres humanos a transgredirem normas sociais e morais. Bataille prefere que os indivíduos construam uma empatia transgressora que permite a exploração dos limites da experiência humana, ao invés de viverem em conformidade com uma verdade absoluta.

Arte, política e subjetividade: operações estéticas de contágio político contemporâneo

2024-06-18T14:03:54+00:00

Este artigo apresenta um ensaio teórico sobre os processos de subjetivação que operam nas interseções entre psicologia, política, arte e lutas contra a exclusão social no Brasil contemporâneo. Utilizando como base uma fala minha transcrita do evento “IX Encontro do GT Deleuze & Guattari: Arte e Política”, este estudo explora a Filosofia da Diferença (Deleuze, 2010) para abordar as questões do campo estético como ferramentas políticas de contágio. A discussão se torna urgente diante do aumento dos discursos de ódio durante o último governo, ressaltando a relevância das reflexões de Deleuze e Guattari (1996) sobre macro e micropolítica. Análises como estas tornam-se fundamentais frente ao crescimento das forças conservadoras e produtoras de desejos de aniquilamento das diferenças. Este ensaio propõe formas de resistência e existência a partir de uma abordagem crítica e analítica, considerando as dinâmicas microfísicas do poder (Foucault, 2021) e reconhece as técnicas e tecnologias afetivas que operam em níveis moleculares. Por fim, o estudo aponta para caminhos de resistência e libertação através da arte, literatura e uma política dos afetos, oferecendo uma compreensão das complexidades das lutas sociais e políticas no Brasil e a efetivação de mundos outros.