O direito de não esquecer: a contribuição da memória coletiva para o reconhecimento da identidade escolar

Autores

  • Guilherme Santos Gomes Fundação Getúlio Vartas - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10703127

Palavras-chave:

Memória Coletiva, Identidade Escolar, Escola Municipal Friedenreich

Resumo

Este artigo é um recorte do trabalho de conclusão de curso do autor apresentado na graduação de Arquivologia, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Tem como objetivo estudar os conceitos de memória coletiva, cultura escolar e identidade escolar na prática pedagógica diante do caso de resistência da Escola Municipal Friedenreich, no bairro do Maracanã, Rio de Janeiro/RJ. Cabe salientar que a referida unidade de ensino foi ameaçada de demolição no contexto dos megaeventos da cidade – Copa do Mundo de Futebol e Jogos Olímpicos e Paralímpicos a fim de satisfazer supostas exigências dos organismos internacionais – Federação Internacional de Futebol e Comitê Olímpico Internacional, entre os anos de 2009 e 2013. Para desenvolver o trabalho, optou-se pelo levantamento bibliográfico, principalmente sobre os conceitos de memória e identidade social de Pollak, lugar de memórias de Nora, memória coletiva de Halbwachs e memória institucional de Thiesen. A partir da análise deste material, percebe-se que a escola se tornou referência pela sua atuação política contra um sistema que valoriza o lucro em desfavor de uma educação pública de qualidade. Conclui-se também que a memória, a cultura e a identidade coletiva do lugar foram afetados diretamente a partir do processo de resistência institucional e que a manutenção desta coletividade irá depender da articulação política da própria comunidade escolar.

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Publicado

2024

Como Citar

Gomes, G. S. (2024). O direito de não esquecer: a contribuição da memória coletiva para o reconhecimento da identidade escolar. ETS EDUCARE - Revista De Educação E Ensino, 2(2), 56–71. https://doi.org/10.5281/zenodo.10703127

Edição

Seção

Artigos