Empatia e flexibilidade: um diálogo entre a terapia centrada na pessoa e o desenho universal para a aprendizagem

Autores/as

  • Ana Cecilia Nicareta Santos Zattar ENEB
  • Samara Elisana Nicareta Secretaria de Estado da Educação do Paraná - Brasil
  • Valter Andre Jonathan Osvaldo Abbeg Universidad San Carlos - PY

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.15120546

Palabras clave:

inclusão educacional, escuta empática, aprendizagem significativa

Resumen

O presente artigo propõe uma análise teórico-comparativa entre a Terapia Centrada na Pessoa (TCP), desenvolvida por Carl Rogers, e o Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), estrutura pedagógica voltada à promoção da inclusão educacional por meio de práticas flexíveis e responsivas. O objetivo central consiste em investigar os pontos de convergência entre essas duas abordagens, enfatizando seus fundamentos éticos, epistemológicos e metodológicos, com vistas a contribuir para a construção de ambientes de aprendizagem mais humanos, acessíveis e afetivamente seguros. A metodologia adotada baseia-se na revisão bibliográfica de caráter qualitativo, mobilizando, entre outros, os livros Tornar-se pessoa e Terapia centrada no paciente (Rogers, 1995, 1979), além de documentos teóricos sobre o DUA elaborados pelo CAST e por pesquisadores contemporâneos da área de educação inclusiva. A análise revela que ambas as propostas, apesar de suas origens distintas — a primeira na psicologia humanista e a segunda na neurociência educacional — compartilham uma concepção de sujeito centrada na dignidade, na escuta ativa e na valorização das singularidades. A TCP enfatiza a relação terapêutica como espaço de crescimento pessoal, mediada pela congruência, empatia e aceitação incondicional. O DUA, por sua vez, estrutura-se a partir da eliminação de barreiras de aprendizagem, propondo múltiplas formas de representação, ação e engajamento. A interface entre ambas as abordagens aponta para a possibilidade de uma pedagogia centrada na pessoa, na qual a inclusão não seja apenas normativa, mas vivida como prática cotidiana de respeito, acolhimento e transformação. Assim, articulação entre TCP e DUA pode enriquecer a formação docente e a prática educativa, fornecendo subsídios para a construção de contextos escolares verdadeiramente inclusivos e humanizados.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Abbeg, A. V., Trzaskos, L., & Abbeg, V. A. J. O. (2023). Reforma da educação brasileira e a lei federal nº 5.692/1971. ETS Iustitia - Revista Sociedade, Direito e Justiça, 1(1), 1–16. https://doi.org/10.5281/zenodo.8018848

Abbeg, T. P., & Abbeg, V. A. J. O. (2024). Inclusão ou normatização? Uma análise dos paradoxos do DUA (Desenho Universal para a Aprendizagem). ETS FACERE - Revista De Tecnologia E Conhecimento, 2(3), 01–13. https://doi.org/10.5281/zenodo.15121847

Abbeg, T. P. (2023). Cultura maker e suas implicações na transformação e inovação tecnológica. ETS Humanitas - Revista de Ciências Humanas, 1(1), 74–95. https://doi.org/10.5281/zenodo.10325752

Abbeg, V. A. J. O. (2018). Pro Brasília Fiant Eximia: Nacionalismo e paulistanidade em livros didáticos aprovados no Estado de São Paulo (1911–1937) [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de São Paulo].

Abbeg, V. A. J. O. (2023a). A transcodificação da subjetividade personagens em literários na virtualidade. Cadernos de InterPesquisas, 1, 1–7. https://doi.org/10.5281/zenodo.7979903

Abbeg, V. A. J. O. (2023b). CETEPAR e a fabricação do “Homem-Novo”: programas estatais no ensino paranaense (1971-1982). ETS Educare - Revista de Educação e Ensino, 1(1), 1–19. https://doi.org/10.5281/zenodo.8187845

Agamben, G. (n.d.). O que é um dispositivo? Outra Travessia, (5), 9–16.

Bernardes, J. C., & Abbeg, V. A. J. O. (2023). Tecnologias de Estado: O princípio de um longo debate histórico sobre as estruturas governamentais. ETS Facere - Revista de Tecnologia e Conhecimento, 1(1), 1–20. https://doi.org/10.5281/zenodo.8313297

CAST. (2018). Universal design for learning guidelines version 2.2. Center for Applied Special Technology. https://udlguidelines.cast.org

Ferreira, E. P. S. (2017). "Introducção da sciencia no amago da instrucção primaria": O ensino de ciências naturais no terceiro livro de leitura de Felisberto de Carvalho (1892–1959) [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Goiás].

Ferreira, L. X. (2024). Práticas pedagógicas e inclusão: reflexões a partir do Desenho Universal para a Aprendizagem [Dissertação de mestrado, Universidade Nove de Julho].

Gazoli, M. R. (2011). Série de Leitura Proença (1926–1928) e o ensino da leitura no Estado de São Paulo. São Paulo, SP: Cultura Acadêmica.

Nicareta, S. E. (2018). Para serem bem comportadas? Imagens de mulheres em livros escolares de autoria feminina (1889–1945) [Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina].

Nicareta, S. E. (2023). Percorrendo alguns dos circuitos do livro escolar no Brasil: Elucidando aspectos da mulher na Primeira República à Era Vargas. Cadernos de InterPesquisas, 1, 30–49. https://doi.org/10.5281/zenodo.8023595

Nicareta, S. E. (2023). Urgência de novas categorias para a imagem da mulher: As honestas, as perdidas, as desejadas e as marginais na imprensa curitibana na década de 1980. ETS Humanitas - Revista de Ciências Humanas, 1(1), 1–26. https://doi.org/10.5281/zenodo.8278037

Nicareta, S. E., & Abbeg, V. A. J. O. (2024a). A construção da identidade infantil em “Meus Deveres” (1945). Interdisciplinaria de La Educación, 1(1), 1–30. https://doi.org/10.5281/zenodo.11186205

Nicareta, S. E., & Abbeg, V. A. J. O. (2024b). Imaginários da infância: Resistência, fantasia e formação ética nas interfaces entre literatura e história. Interdisciplinaria de La Comunicación y Lenguaje, 1(1). https://doi.org/10.5281/zenodo.11237828

Nicareta, S. E., & Abbeg, V. A. J. O. (2024c). Modernidades e tecnologias em diálogo: A arte reprodutível de Benjamin e a reflexividade global de Giddens. Interdisciplinaria de Las Innovaciones y Tecnologías, 1(1), 16–31. https://doi.org/10.5281/zenodo.11236921

Rogers, C. R. (1979). Terapia centrada no paciente. São Paulo, SP: Martins Fontes.

Rogers, C. R. (1995). Tornar-se pessoa: um terapeuta descobre sua maneira de ser. São Paulo, SP: Martins Fontes.

Rose, D., & Meyer, A. (2002). Teaching every student in the digital age: Universal design for learning. Alexandria, VA: ASCD.

Santos, A. C. N., Trzaskos, L., & Nicareta, S. M. (2024). Educação da maternidade: Aspectos de saúde pública e manuais de ensino no início do século XX. Interdisciplinaria de La Salud y Bienestar, 1(1), 1–17. https://doi.org/10.5281/zenodo.11188392

Sebastián-Heredero, M. J. (2020). Desenho universal para a aprendizagem: Princípios e diretrizes para o ensino (L. A. Paiva, Trad.). Instituto Rodrigo Mendes. (Original publicado em 2015)

Souza, I. M. S. (2018). O desenho universal para aprendizagem como estratégia para a promoção da inclusão escolar na educação básica [Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Tocantins]. Repositório UFT. https://repositorio.uft.edu.br/handle/11612/2118

Publicado

2025-06-10

Cómo citar

ZATTAR, A. C. N. S.; NICARETA, S. E.; ABBEG, V. A. J. O. Empatia e flexibilidade: um diálogo entre a terapia centrada na pessoa e o desenho universal para a aprendizagem. Cadernos de InterPesquisas, [S. l.], v. 3, p. 17–33, 2025. DOI: 10.5281/zenodo.15120546. Disponível em: https://esabere.com/index.php/cadips/article/view/177. Acesso em: 16 sep. 2025.

Número

Sección

Textos